domingo, 5 de julho de 2009

PROBLEMAS DE SAÚDE DA MULHER 2

1. AFECÇÕES DA MAMA








As afecções da mama dividem-se em não cancerosas (benignas) ou cancerosas (malignas). As afecções benignas são as seguintes: dor, cistos, doença fibrocística, fibroadenomas, secreção pelo mamilo e infecção. As afecções malignas incluem vários tipos de cancro da mama e a doença de Paget do mamilo. Por último, o cistossarcoma filóide pode ser tanto maligno como benigno.




2. CANCROS DO APARELHO REPRODUTOR FEMININO




O cancro pode aparecer em qualquer zona do aparelho reprodutor feminino: na vulva, na vagina, no colo uterino, no útero, nas trompas de Falópio ou nos ovários.






. CANCRO DO ÚTERO




Apesar de ser frequentemente conhecido como cancro do útero, também se denomina carcinoma endometrial, porque começa no endométrio (revestimento interno do útero). É o quarto cancro mais frequente entre as mulheres e o mais frequente do aparelho reprodutor feminino. Desenvolve-se depois da menopausa, sobretudo nas mulheres entre os 50 e os 60 anos. Pode disseminar-se (metastatizar-se) tanto de forma local como geral: do útero para o canal cervical, do útero para cima até às trompas de Falópio e aos ovários, pela zona que rodeia o útero, pelos vasos e gânglios linfáticos (sistema linfático), que transportam a linfa de todo o corpo até à corrente sanguínea, ou através da circulação sanguínea até às partes mais distantes do organismo.




Sintomas e diagnóstico :



As hemorragias anormais provenientes do útero são o sintoma inicial mais frequente. A hemorragia pode surgir depois da menopausa, ou então pode ser uma hemorragia recorrente, irregular ou abundante nas mulheres que ainda menstruam. Uma em cada três mulheres com hemorragia uterina depois da menopausa tem este tipo de cancro. Devido ao fato de se poder tratar de um cancro, uma hemorragia anormal pela vagina depois da menopausa exige uma pronta atenção médica.
Para diagnosticar este cancro são usados vários métodos . O teste de Papanicolaou (Pap), que detecta a presença de células cancerosas no colo do útero, pode ser útil, embora possa não reconhecer as referidas células em um em cada três casos, quando se trata de um cancro do útero. Consequentemente, nestes casos os médicos também podem fazer uma biopsia do endométrio ou uma raspagem, através das quais se extrai uma amostra de tecido do revestimento interno do útero para a examinar ao microscópio.
Se os resultados da biopsia ou da raspagem confirmarem a presença de um cancro endometrial, podem ser feitas provas adicionais para saber se se expandiu para além do útero. Os exames seguintes podem proporcionar informação útil e ao mesmo tempo podem ajudar a definir o tratamento mais adequado: a ecografia, a tomografia axial computadorizada (TAC), uma cistoscopia (uma observação da bexiga através de um tubo), o clister com papa de bário, uma radiografia do tórax, uma pielografia endovenosa (uma radiografia que permite ver os rins e os ureteres), uma gamagrafia dos ossos e do fígado, uma sigmoidoscopia (um exame do reto através de um tubo) e uma linfografia (uma radiografia dos vasos linfáticos nos quais se injetou um contraste). Nem todos estes exames são necessários em todos os casos.




Tratamento:


A histerectomia, que consiste na extirpação cirúrgica do útero, é a base do tratamento de uma mulher com este tipo de cancro. Se o cancro não se tiver propagado para além do útero, a histerectomia é quase sempre curativa. Durante a operação, o cirurgião extrai normalmente as trompas de Falópio, os ovários (salpingooforectomia) e os gânglios linfáticos adjacentes. Em seguida, um anatomopatologista examina todos estes tecidos para descobrir se o cancro se espalhou e até onde o pode ter feito e, deste modo, poder decidir se é necessária a radioterapia depois da intervenção cirúrgica.






Hemorragia uterina anormal
O cancro do útero ou do colo uterino pode ser uma causa de hemorragia uterina anormal

Embora o cancro pareça limitado, o médico pode aconselhar a administração de fármacos (quimioterapia) depois da cirurgia para o caso de terem ficado algumas células cancerosas que não tivessem sido detectadas. Geralmente, empregam-se hormônios que interrompem o crescimento do cancro. A administração de progestagénios (a partir da progesterona, um hormônio feminino que bloqueia os efeitos dos estrogénios e, de outras hormônios semelhantes) costuma dar bons resultados.
Se o cancro se tiver expandido para fora do útero, é possível que sejam necessárias doses mais altas de progestagénios, já que reduzem o tamanho do cancro até 40 % nas mulheres com metástases e controlam a sua expansão durante 2 a 3 anos. O tratamento pode continuar indefinidamente se for eficaz. Os efeitos secundários destes fármacos incluem aumento de peso pela retenção de líquidos e, por vezes, depressão.
Se o cancro se tiver expandido ou não responder ao tratamento hormonal, podem ser acrescentados outros fármacos (como a ciclofosfamida, a doxorrubicina e o cisplatino). Estes fármacos, que são muito mais tóxicos do que os progestagénios, têm muitos efeitos secundários. Por isso, antes de escolher um determinado tratamento avaliam-se cuidadosamente os riscos e os benefícios da quimioterapia anticancerosa.
Do total das mulheres afetadas, quase dois terços sobrevivem e não manifestam sinais de cancro 5 anos depois do diagnóstico, menos de um terço morre por causa desta doença e quase uma décima parte sobrevive mais tempo, embora continue a ter o cancro. Se o cancro é descoberto nas suas primeiras fases, quase 90 % das mulheres têm uma esperança de vida de, pelo menos, 5 anos e a maioria cura-se.
O índice de sobrevivência é maior nas mulheres mais jovens, naquelas cujo cancro não ultrapassou o útero e quando o cancro tem um crescimento mais lento.

3. ESTERELIDADE

A esterilidade é a incapacidade de um casal de conseguir uma gravidez depois de repetidas relações sexuais sem tomar medidas de contracepção durante um ano.
A infertilidade afeta um em cada cinco casais em alguns países desenvolvidos. Cada vez é mais frequente, porque os casais contraem matrimónio mais velhos e esperam mais tempo para terem filhos. De qualquer forma, até 60 % dos casais que não conceberam depois de um ano acabarão finalmente por conceber, com ou sem tratamento. O objectivo do tratamento é reduzir o tempo necessário para conceber.
Quanto mais velha for a mulher, menores são as probabilidades de ficar grávida e de a gravidez chegar a bom termo. Depois dos 35 anos, a mulher já não tem muito tempo para resolver os seus problemas de infertilidade antes da menopausa.
As principais causas de infertilidade compreendem problemas com o esperma, com a ovulação, com as trompas de Falópio e com o colo uterino, bem como com outros fatores não identificados. O diagnóstico e o tratamento destes problemas requerem uma revisão média completa de ambos os membros do casal.

4. GRAVIDEZ DE ALTO RISCO

Uma gravidez de alto risco é aquela em que o risco de doença ou de morte, antes ou depois do parto, é maior do que o habitual, tanto para a mãe como para o bebé.
Para identificar uma gravidez de alto risco, examina-se a mulher grávida para determinar se apresenta condições ou características que a exponham, a ela ou ao feto, à possibilidade de adoecer ou morrer durante a gravidez (fatores de risco).
Aos fatores de risco atribui-se uma pontuação que corresponde ao grau de risco. O fato de identificar uma gravidez de alto risco assegura que a mulher que mais precisa de assistência médica a receba efetivamente.
Uma mulher com uma gravidez de alto risco pode ser tratada num centro de cuidados perinatais. Perinatal é um termo que se refere ao que acontece imediatamente antes, durante ou depois do parto. Geralmente, estes centros contam com um serviço obstétrico e uma unidade de cuidados intensivos neonatais para proporcionar o máximo grau de assistência tanto para a mulher grávida como para o feto e para o recém-nascido. O médico costuma enviar a grávida para um centro de cuidados perinatais antes do parto, porque a atenção precoce reduz a probabilidade de que o bebé adoeça ou morra. Estes centros também acolhem qualquer mulher grávida que apresente problemas inesperados durante o parto. A causa mais frequente de ingresso nesses centros é o risco de um parto prematuro (antes das 37 semanas), que é frequentemente associado à rotura prematura das membranas, ou seja, quando se rompem antes de o feto estar pronto para nascer. O tratamento num centro de cuidados perinatais reduz o risco de que o bebé nasça prematuramente.
Em alguns países desenvolvidos, morre uma mulher grávida (mortalidade materna) em 6 de cada 100 000 nascimentos. A principal causa de morte são os acidentes de trânsito ou outras lesões. Em segundo lugar encontram-se os diversos problemas relacionados com a gravidez e com o parto: coágulos de sangue que se soltam e chegam aos pulmões, complicações anestésicas, hemorragias, infecções e complicações provocadas por uma tensão arterial elevada.
A título de exemplo, diremos que o bebé morre antes, durante ou depois do parto (mortalidade perinatal) em 16 de cada 1000 partos nos EUA. Pouco mais de metade destas mortes são abortos e o resto afeta recém-nascidos com até 28 dias. A principal causa destas mortes são as malformações congénitas e a prematuridade.
Alguns fatores de risco estão presentes antes de a mulher engravidar, enquanto outros se desenvolvem durante a gravidez.

FATORES DE RISCO:

Características da mãe:


A idade da mulher está estreitamente relacionada com o risco durante a gravidez. As MENINAS com 15 anos ou menos têm mais probabilidades de desenvolver pré-eclampsia (uma doença caracterizada por uma tensão arterial elevada, proteínas na urina e retenção de líquidos durante a gravidez) e eclampsia (convulsões provocadas pela pré-eclampsia); também têm mais probabilidades de ter filhos de peso reduzido ao nascer ou desnutridos. Por outro lado, as mulheres com 35 anos ou mais têm mais probabilidades de ter a tensão arterial elevada, diabetes ou fibromas (formações não cancerosas) no útero, bem como problemas durante o parto. O risco de ter um bebé com alguma anomalia cromossómica, como a síndroma de Down, aumenta com rapidez a partir dos 35 anos Se uma mulher grávida desta faixa etária estiver preocupada com a possibilidade de o seu feto desenvolver anomalias, pode submeter-se a uma análise das vilosidades coriónicas ou a uma amniocentese para determinar o conteúdo cromossómico do feto.
Uma mulher que pese menos de 45 kg quando não está grávida tem mais probabilidades de ter um bebé de menor tamanho do que o esperado, em relação ao número de semanas de gravidez (pequeno para a sua idade gestacional). Se o seu peso aumentar menos de 5 kg durante a gravidez, o risco de ter um bebé com essas características aumenta em quase 30 %. Pelo contrário, uma mulher obesa tem mais probabilidades de ter um bebé muito grande. A obesidade também aumenta o risco de contrair diabetes e tensão arterial alta durante a gravidez.
Uma mulher com menos de 1,60 m de altura tem mais probabilidades de ter uma pélvis pequena; daí que o risco de ter um parto prematuro e um bebé anormalmente pequeno pelo atraso do crescimento intra-uterino também seja maior que o habitual.

Problemas numa gravidez anterior;


Uma mulher que tenha tido três abortos consecutivos sempre nos primeiros 3 meses de gravidez, tem cerca de 35 % de probabilidades de sofrer outro. O aborto também é mais provável se a mulher tiver tido um feto morto entre o quarto e o oitavo mês de gravidez ou se tiver tido um parto prematuro numa gravidez anterior.
Antes de tentar engravidar de novo, é aconselhável que a mulher que tenha tido um aborto se submeta a um teste de detecção de anomalias cromossómicas ou hormonais, defeitos estruturais no útero ou no colo uterino, doenças do tecido conjuntivo, como o lúpus ou uma reação imune ao feto, geralmente por incompatibilidade do Rh. Se for descoberta a causa do aborto, é possível que esta possa ser tratada de forma adequada.
O fato de um feto nascer morto ou de um bebé recém-nascido morrer é associado a anomalias cromossómicas no feto, à diabetes, a alguma doença renal (crónica) ou dos vasos sanguíneos, à hipertensão arterial, à toxicodependência ou a uma doença do tecido conjuntivo, como o lúpus na mãe.
Por outro lado, quanto maior for o número de partos prematuros, maior é o risco de os repetir nas gravidezes seguintes. Uma mulher que tenha tido um recém-nascido com um peso inferior a 1,5 kg, tem 50 % de probabilidades de o seu próximo filho nascer antes de termo. Se um recém-nascido sofreu atraso do crescimento intra-uterino, é provável que isso se repita no seguinte. Nestes casos, investiga-se na busca da presença de doenças que possam atrasar o crescimento fetal, como a hipertensão arterial, afecções renais, aumento de peso inadequado, infecção, tabagismo e abuso do álcool.
Um recém-nascido que pese mais de 4,5 kg ao nascer indica que a mãe pode sofrer de diabetes. O risco de aborto ou de morte da mulher ou do recém-nascido aumenta se a mulher sofrer de diabetes durante a gravidez. Portanto, deve-se controlar esta doença nas mulheres grávidas, medindo os seus níveis de açúcar no sangue (glicose) entre as 20.ª e 28.ª semanas de gravidez.
A mulher que tenha tido seis ou mais gravidezes tem maiores probabilidades de ter leves contrações durante o parto e hemorragias depois do mesmo, devido ao debilitamento dos seus músculos uterinos. Também pode ter um parto rápido, que aumenta o risco de sofrer uma hemorragia vaginal abundante. Além disso, há muito mais probabilidades de ter uma placenta prévia (uma placenta anormalmente localizada na parte inferior do útero). Este problema pode provocar hemorragia e, como a placenta pode bloquear o colo uterino, geralmente deve-se fazer uma cesariana.

Alterações estruturais:


As anomalias nos órgãos reprodutores femininos, como o útero bicorne ou um colo uterino débil que não consiga sustentar o feto em desenvolvimento (colo incompetente), aumentam o risco de aborto. Como consequência, pode ser necessário fazer intervenções cirúrgicas, ecografias ou radiografias para detectar estas alterações. Se uma mulher tiver tido vários abortos, estes testes são feitos antes de voltar a ficar grávida.
Os fibromas (formações não cancerosas) no útero, que são mais frequentes em mulheres mais velhas, podem aumentar o risco de um parto prematuro, a incidência de problemas durante o parto, uma apresentação anormal do feto, uma localização anormal da placenta (placenta prévia) e abortos repetidos.

Problemas médicos:

Certas condições médicas numa mulher gestante podem pô-la em perigo e ao feto. As mais importantes são a hipertensão arterial crónica, doenças renais, diabetes, cardiopatias graves, doença tiróidea, lúpus eritematoso sistémico (lúpus) e perturbações da coagulação sanguínea.

História familiar:

Uma história de atraso mental ou outras doenças hereditárias na família da mãe ou do pai aumenta a probabilidade de o recém-nascido vir a ter essa doença. A tendência para ter gémeos também se verifica no seio de uma mesma família.
Se uma mulher já tiver tido um filho com uma doença hemolítica, o seguinte pode correr o risco de também nascer com essa doença, e a sua gravidade no recém-nascido anterior faz prever a que terá no seguinte. Esta doença desenvolve-se quando uma mãe cujo sangue é Rh-negativo tem um feto com sangue Rh-positivo (incompatibilidade de Rh) e a mãe produz anticorpos contra o sangue do feto (sensibilização ao Rh) que destroem os seus glóbulos vermelhos. Nesses casos, o sangue de ambos os progenitores é analisado. Se o pai tiver dois genes para o sangue Rh-positivo todos os filhos serão Rh-positivos; se tiver só um gene com estas características, o recém-nascido tem cerca de 50 % de probabilidades de ser Rh-negativo. Esta informação é útil para tomar as precauções necessárias com a mãe e com o feto em gravidezes subsequentes. Geralmente, na primeira gravidez com um filho com sangue Rh-positivo não costuma haver problemas, mas o contato do sangue da mãe com o do recém-nascido durante o parto faz com que a mãe produza anticorpos anti-Rh e, portanto, os recém-nascidos seguintes podem sofrer complicações. No entanto, depois de uma mãe Rh-negativo dar à luz um recém-nascido Rh-positivo, costuma ser-lhe administrada imunoglobulina Rh0 (D) para destruir os anticorpos anti-Rh. O resultado é que a hemólise (destruição de hemácias) nos recém-nascidos é muito pouco frequente.
Uma mulher que tenha tido uma pré-eclampsia ou eclampsia tem probabilidades de tornar a tê-la, sobretudo se sofrer de hipertensão quando não está grávida.
Se uma mulher tiver tido um bebé com problemas genéticos ou malformações, fazem-se normalmente análises genéticas ao bebé (embora tenha nascido morto) e a ambos os pais antes doutra gravidez. No caso de a mulher engravidar de novo, fazem-se exames como ecografias, colheita de amostras de vilosidades coriónicas e amniocentese para ajudar a determinar as probabilidades de as anomalias se repetirem.

5. COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ

Geralmente, as gravidezes decorrem sem problemas e a maioria das complicações podem ser tratadas. As complicações incluem abortos, gravidez ectópica, anemia, incompatibilidade de Rh, problemas com a placenta, vómitos, pré-eclampsia e eclampsia e erupções cutâneas, bem como parto prematuro e rotura de membranas. Depois de um aborto, a maioria das mulheres consegue ter gravidezes sem complicações.

ABORTO E FETO MORTO

Um aborto (espontâneo) é a perda de um feto por causas naturais antes das 20 semanas de gravidez. Por outro lado, denomina-se feto morto à perda do mesmo por causas naturais depois das 20 semanas de gravidez.
O termo «aborto» refere-se tanto a um aborto espontâneo como a uma interrupção clínica da gravidez (aborto provocado).
Um bebé que respira espontaneamente ou que tem batimentos cardíacos depois do parto é um recém-nascido vivo, seja qual for o momento da gravidez. Se falecer pouco depois, a sua morte denomina-se morte do recém-nascido (neonatal).
Entre 20 % e 30 % das mulheres grávidas têm hemorragias ou contrações pelo menos uma vez durante as primeiras 20 semanas de gravidez. Cerca de metade desses episódios acaba num aborto espontâneo.
Cerca de 85 % dos abortos espontâneos ocorrem durante as primeiras 12 semanas de gravidez e, em geral, devem-se a anomalias no feto. Os restantes 15 % de abortos ocorrem durante as 13.ª e 20.ª semanas; cerca de dois terços devem-se a problemas da mãe e um terço, a causas desconhecidas. Muitos estudos têm demonstrado que as perturbações emocionais da mãe não estão relacionadas com os abortos espontâneos.

Sintomas e diagnóstico:

Antes de um aborto, a mulher sofre, normalmente, perdas de sangue pouco abundantes ou tem uma hemorragia mais evidente juntamente com a secreção vaginal. O útero contrai-se e a mulher sente uma dor semelhante às cãibras. Se o aborto continuar, a hemorragia, a secreção e as dores aumentam. No fim, parte ou a totalidade do conteúdo do útero pode ser expulso.
Nas primeiras fases de um aborto, a ecografia pode determinar se o feto continua com vida. Depois da perda do feto, este exame e outros podem ser utilizados para confirmar se a expulsão do conteúdo do útero foi completa.

Tratamento:


Se todo o conteúdo do útero tiver sido expulso (aborto completo), não é necessário fazer nenhum tratamento. Pelo contrário, se só for expulsa uma parte (aborto incompleto), deve ser feita uma dilatação e sucção para esvaziar o útero.
Se o feto morrer mas continuar no útero (aborto frustrado), o feto e a placenta devem ser extraídos, normalmente por dilatação e sucção. Um fármaco como a oxitocina, que faz com que o útero se contraia e expulse o seu conteúdo, pode ser administrado para tratar os abortos frustrados tardios.
Se ocorrerem uma hemorragia e contrações dolorosas durante as primeiras 20 semanas de gravidez (ameaça de aborto), aconselha-se repouso, porque costuma melhorar os sintomas. Na medida do possível, a mulher não deverá trabalhar nem andar a pé em casa. O coito deverá ser evitado, apesar de não se ter verificado uma clara relação com os abortos espontâneos. Não são administradas hormônios porque quase nunca são eficazes e podem provocar deficiências congénitas, sobretudo do coração ou dos órgãos reprodutores. Por exemplo, a exposição, nesta fase de desenvolvimento, de um feto feminino ao dietilestrilbestrol (DES), um hormônio sintético, está associado a cancro vaginal.
A ameaça de aborto pode dever-se ao fato de o colo uterino se dilatar prematuramente devido a debilidade do tecido fibroso. Por vezes, a abertura cervical fecha-se cirurgicamente (cerclage) com uma sutura que se retira mesmo antes do parto.
Um aborto séptico é uma infecção muito grave. O conteúdo do útero deve ser eliminado de imediato e é necessário tratar a infecção com doses elevadas de antibióticos.

7. DOENÇAS QUE PODEM COMPLICAR A GRAVIDEZ

As doenças que afetam o coração ou os rins, as anemias, as infecções e a diabetes podem provocar complicações durante a gravidez, tanto para a mulher como para o feto.

8. COMPLICAÇÕES DO PARTO

Pela sua própria natureza, o parto e nascimento provocam nervosismo e ansiedade, mesmo que não surjam problemas. Uma mulher grávida pode reduzir a sua ansiedade e melhorar as probabilidades de ter um final de gravidez adequado, estabelecendo uma boa relação com o seu médico ou com a parteira.
Os principais problemas do parto têm a ver com o tempo e com a ordem que cada fase requer. O parto pode não começar quando as membranas que contêm o feto se rompem (rompimento prematuro das membranas) ou então pode começar antes da 37.ª semana de gravidez (parto pré-termo) ou mais de duas semanas depois da data prevista para o parto (gravidez pós-termo). Também podem ser problemas acrescidos as afecções clínicas da mãe ou do feto, um desenvolvimento lento do parto ou uma posição anormal do feto. Outros sinais de perigo incluem uma excessiva hemorragia vaginal
e uma frequência cardíaca anormal do feto. Os problemas graves são relativamente raros e, muitas vezes, podem ser previstos, mas alguns podem surgir inesperada e repentinamente. Devem, de preferência, ser detectados com antecedência para se poder aplicar o tratamento mais apropriado e assim garantir um final feliz.

RONPIMENTO PREMATURO DAS MEMBRANAS:

Denomina-se rompimento prematuro das membranas o rompimento, uma hora ou mais antes do início do parto, das membranas cheias de líquido que contêm o feto.
O rompimento das membranas, prematuro ou não, denomina-se habitualmente «rebentar a bolsa de águas». O líquido que se encontra dentro das membranas (líquido amniótico) sai pela vagina.
No passado, se as membranas se rompessem de forma prematura, fazia-se todo o possível para provocar o parto a fim de evitar as infecções, que podiam afetar a mãe ou o feto. No entanto, isto já não é necessário porque o risco de infecção reduz-se diminuindo a quantidade de exames ginecológicos depois de rebentarem as águas. Num único exame com um espéculo (um instrumento que separa as paredes da vagina), pode ser confirmado o rebentar das membranas, calcular a dilatação do colo uterino e recolher líquido amniótico da vagina. Se a análise do líquido amniótico indicar que os pulmões do feto estão suficientemente desenvolvidos, provoca-se o parto. Se os pulmões do feto não estiverem desenvolvidos, tenta-se atrasar o parto até que tal se verifique.
Recomenda-se repouso absoluto e são administrados líquidos por via endovenosa para atrasar a expulsão em 50 % das mulheres, mas algumas também precisam de tomar fármacos que inibam as contrações uterinas, como o sulfato de magnésio administrado por via endovenosa, a terbutalina aplicada em injeção subcutânea ou por via oral ou, em casos raros, a ritodrina por via endovenosa. A mulher é hospitalizada e permanece na cama, mas pode levantar-se para ir ao quarto de banho. Controla-se a sua temperatura e pulso pelo menos duas vezes por dia, pois um aumento na temperatura ou na frequência cardíaca pode ser um primeiro sinal de infecção. Se surgir uma infecção, provoca-se o parto para que o bebé nasça. Se o líquido amniótico deixar de sair e as contrações pararem, dá-se alta à paciente, mas deve permanecer na cama e deve ser visitada pelo menos uma vez por semana.

9. PERÍODO PÓS-PARTO

Depois do parto, analisa-se o estado da mãe e, se for necessário, recebe tratamento para aliviar a dor. É também informada acerca das alterações que o seu organismo sofrerá, incluindo as relacionadas com a lactação e com o tipo de contraceptivos que pode usar no período pós-parto. Antes de sair do hospital é-lhe feita uma revisão, que se repete 6 semanas mais tarde. Também são tomadas medidas para evitar e tratar as complicações que sejam pouco frequentes. As complicações mais frequentes são as hemorragias excessivas, as infecções das vias urinárias e os problemas com a lactação.

Fonte: http://www.manualmerck.net/?url=/artigos/%3Fid%3D257

sábado, 4 de julho de 2009

PROBLEMAS DE SAÚDE DA MULHER 1

1. HORMÔNIOS E REPRODUÇÃO

A reprodução humana normal supõe a interacção de uma diversidade de hormônios e de diversos órgãos, controlada pelo hipotálamo, localizado no cérebro. Tanto nas mulheres como nos homens, o hipotálamo segrega hormônios ou fatores de libertação que chegam à hipófise, uma glândula, aproximadamente do tamanho de uma ervilha, localizada por baixo do hipotálamo, e que a estimulam para que liberte outros hormônios. Por exemplo, o hormônio libertador de gonadotropinas, um fator de libertação segregado pelo hipotálamo, estimula a hipófise para que esta secrete o hormônio luteinizante e o hormônio folículoestimulante. Estes hormônios estimulam a maturação das glândulas reprodutoras e a liberação de hormônios sexuais. Os ovários da mulher produzem estrogénios, e os testículos do homem libertam androgénios, como a testosterona. As glândulas supra-renais, localizadas na parte superior dos rins, também produzem hormonas sexuais.
Os padrões de secreção e as concentrações dos hormônios sexuais no sangue determinam se estes estimulam ou inibem a liberação de hormônio luteinizante e foliculoestimulante por parte da hipófise. Por exemplo, uma diminuição nos níveis de hormônios sexuais provoca uma maior liberação, pela hipófise, daqueles dois hormônios (mecanismo de retroalimentação negativa). Praticamente todos os hormônios são liberados em forma de "golfadas" de curta duração (impulsos) de 3 em 3 horas. Daí que a concentração de hormônios no sangue seja flutuante.
2. MENOPAUSA
A menopausa é o momento na vida da mulher em que cessa a função cíclica dos ovários e a menstruação. Ela se inicia no final da última menstruação. No entanto, esse fato só é comprovado mais tarde, quando não há fluxo menstrual durante, pelo menos, 12 meses. A idade média em que a menopausa começa é por volta dos 50 anos, mas a menopausa também aparece normalmente em mulheres com apenas 40 anos. Os ciclos menstruais regulares podem continuar até à menopausa, mas em geral as últimas menstruações têm uma duração e uma quantidade de fluxo variável. Progressivamente, cada vez menos ciclos são acompanhados da libertação de um óvulo.
Com o passar do tempo, os ovários respondem cada vez menos à estimulação provocada pelo hormônio luteinizante e pelo hormônio foliculoestimulante, segregada pela hipófise. Em consequência, os ovários secretam, progressivamente, menos quantidade de estrogénios e de progesterona e a libertação de óvulos (ovulação), finalmente, pára.
A menopausa prematura é a que acontece antes dos 40 anos. Entre as suas causas destacam-se uma predisposição genética e doenças auto-imunes, nas quais se criam anticorpos que podem lesar várias glândulas, entre elas os ovários. O hábito de fumar também é associado à menopausa prematura.
A menopausa artificial deriva de uma intervenção médica que reduz ou interrompe a secreção hormonal dos ovários. Estas intervenções incluem a cirurgia, para extrair os ovários ou para reduzir a quantidade de sangue que recebem, e a quimioterapia ou a radioterapia sobre a pélvis (incluindo os ovários), para tratar o cancro. A intervenção cirúrgica em que se extrai o útero (histerectomia) tem como consequência a suspensão da menstruação, mas não afecta a quantidade de hormônios desde que os ovários continuem intactos e, portanto, não provoca menopausa.
Sintomas:
. Durante um acesso de calor, a pele, em especial a da cabeça e do pescoço, fica vermelha e quente e a sudação pode ser intensa.
. Os sintomas psicológicos e emocionais como fadiga, irritabilidade, insónia e nervosismo podem ser provocados pela diminuição de estrogénios.
. A sudação nocturna é um factor de perturbação do sono e agrava o cansaço e a irritabilidade.
. Por vezes, a mulher pode sentir-se enjoada, ter sensação de formigueiro (picadas) e sentir os batimentos do seu coração, que parece palpitar com força. Também pode sofrer de incontinência urinária, inflamação da bexiga e da vagina e ter dores durante o coito devido à secura vaginal. Às vezes, surge uma sensação dolorosa nos músculos e nas articulações.
. A osteoporose (o intenso adelgaçamento dos ossos) é o principal problema para a saúde que a menopausa provoca. As mulheres brancas magras e as que fumam, ingerem quantidades excessivas de álcool, tomam corticosteróides, ingerem pequenas quantidades de cálcio ou têm uma forma de vida sedentária correm maior risco de sofrer desta doença.
. A incidência das doenças cardiovasculares aumenta mais rapidamente depois da menopausa, devido ao fato de os estrogénios diminuírem.
- Formas de tratamento:
. Os sintomas tratam-se restituindo os níveis de estrogénios a números semelhantes aos da pré-menopausa. Os principais objectivos da terapia de reposição de estrogénios são os seguintes:
- Aliviar sintomas como os afrontamentos, a secura vaginal e as perturbações urinárias;
- Prevenir o aparecimento da osteoporose;
- Prevenir a arterosclerose e as doenças das artérias coronárias.
3. HEMORRAGIA UTERINA AUSENTE OU ANORMAL
A menstruação é uma hemorragia uterina normal, mas perturbações físicas ou hormonais podem provocar uma hemorragia uterina anormal. Na amenorrÉia não se produz hemorragia uterina.
4. SÍNDROME DO OVÁRIO POLICÍSTICO
A síndrome do ovário policístico (síndrome de Stein-Leventhal) é uma doença na qual os ovários aumentam de tamanho e contêm várias bolsas cheias de líquido (cistos). Estão também elevados os níveis de hormônios masculinos (androgénios), ao ponto de, em certos casos, surgirem características masculinas.
Nesta síndrome, a glândula hipófise secreta uma grande quantidade de hormônio luteinizante que aumenta a produção de androgénios e, em consequência, a mulher por vezes desenvolve acne e aumento de pêlo. Se não tratar este problema, alguns dos androgénios convertem-se em estrogénios e os valores destes últimos, cronicamente altos, podem aumentar o risco de cancro do revestimento interno do útero (cancro do endométrio).
- Sintomas e Diagnósticos:
Os sintomas aparecem tipicamente durante a puberdade, tenha ou não aparecido antes a menstruação. Entre estes sintomas destacam-se a obesidade e o aumento do pêlo do corpo, que confere à mulher um aspecto varonil, especialmente aquele que se desenvolve no peito e na face. Em contraposição a isto, outras vezes pode produzir-se uma hemorragia vaginal irregular e abundante, sem que o peso e o pêlo corporal aumentem.
Geralmente o diagnóstico é feito a partir dos sintomas. Medem-se os valores do hormônio luteinizante e dos hormônios masculinos no sangue e, além disso, faz-se uma ultrassonografia para visualizar os ovários. Existem vários procedimentos que permitem saber se os hormônios masculinos são produzidos por um tumor.
- Tratamento:
Não existe um tratamento ideal. A escolha do tratamento depende do tipo e da intensidade dos sintomas, da idade da mulher e da sua vontade de engravidar.
Uma mulher a quem não tenha aparecido pêlo corporal pode tomar progestagénios sintéticos (um fármaco semelhante à progesterona) ou contraceptivos orais, a menos que queira engravidar, tenha chegado à menopausa ou tenha outros fatores de risco associados a doenças do coração ou dos vasos sanguíneos. Também são administrados progestagénios sintéticos para reduzir o risco de cancro do endométrio devido aos elevados valores de estrogénios. Geralmente, colhe-se uma amostra do revestimento interno uterino para a examinar ao microscópio antes de começar um tratamento farmacológico para se assegurar que não há cancro.
Quando a quantidade de pêlo corporal aumenta, usam-se vários métodos de erradicação, como a eletrólise, as pinças, a cera, os líquidos ou cremes para eliminar o pêlo (depilatórios), ou clareia-se sua cor para o tornar menos visível. Nenhum tratamento para extrair o excesso de pêlo é ideal ou completamente eficaz. Outro tratamento é a administração de contraceptivos orais, embora tenham de ser tomados durante vários meses antes de se poder notar qualquer efeito que, de qualquer forma, costuma ser rápido.
A espironolactona, um fármaco que bloqueia a produção e a acção das hormonas masculinas, pode dar bons resultados na redução do pêlo corporal não desejado.
Os efeitos secundários são um aumento na produção de urina, diminuição da tensão arterial (por vezes até chegar ao desmaio) ao sentar ou ao levantar rapidamente, dor nas mamas e hemorragia vaginal irregular. Como os seus efeitos sobre o feto em desenvolvimento não são conhecidos, qualquer mulher sexualmente activa que tome este fármaco deverá usar métodos de controlo da natalidade eficazes.
Se uma mulher com a síndroma do ovário poliquístico deseja engravidar, pode ser-lhe administrado clomifeno, um fármaco que estimula a libertação de óvulos pelos ovários. Se não for eficaz, podem-se testar várias hormonas. Entre elas encontra-se o hormônio foliculoestimulante e a hormona libertadora de gonadotropinas, que estimula a secreção do hormônio foliculoestimulante. Se estes fármacos não derem resultado, pode ser considerada a possibilidade de uma intervenção cirúrgica para extirpar uma parte do ovário (ressecção em cunha) ou uma eletrocauterização dos ovários císticos (destruí-los através de uma corrente eléctrica). Apesar de estes tratamentos poderem induzir a ovulação durante um determinado período de tempo, geralmente os procedimentos cirúrgicos são o último recurso, porque se podem formar cicatrizes no tecido, capazes de fazer diminuir a capacidade da mulher para ficar grávida.
5. ENDOMETRIOSE
A endometriose é uma doença que se caracteriza pelo crescimento das placas de tecido endometrial, que normalmente só se encontra no revestimento interno uterino (endométrio), fora do útero.
Em geral, a endometriose costuma afetar só o revestimento da cavidade abdominal ou a superfície dos órgãos abdominais. O tecido endometrial que cresce fora do lugar (implante endometrial) muitas vezes desenvolve-se sobre os ovários e os ligamentos que sustentam o útero. Com menos frequência, pode fazê-lo na superfície externa dos intestinos delgado e grosso, nos ureteres (canais que vão desde os rins até à bexiga urinária), na bexiga, na vagina, nas cicatrizes cirúrgicas presentes no abdómen ou no revestimento interno da parede torácica (pleura). Em casos muito raros, pode ser encontrado tecido endometrial nos pulmões.
Dado que o crescimento do tecido endometrial fora do lugar responde aos mesmos hormônios a que responde o que se encontra dentro do útero, este tecido pode sofrer hemorragias durante a menstruação, muitas vezes provocando cãibras abdominais, dor, irritação e a formação de tecido cicatricial. À medida que a doença avança, formam-se aderências (faixas fibrosas que prendem entre si estruturas que normalmente não o estão). O tecido endometrial fora da cavidade uterina e as aderências podem obstruir ou interferir no funcionamento dos órgãos. Em casos raros, as aderências bloqueiam o intestino.
A endometriose pode afetar em particular certas famílias e é mais frequente nos parentes do primeiro grau (mãe, irmã, filha) das mulheres que sofrem desta doença. Outros fatores que aumentam o risco de endometriose são dar à luz pela primeira vez depois dos 30 anos, ser de etnia caucasiana e ter um útero anormal.
Calcula-se que cerca de 10 % a 15 % das mulheres que são menstruadas entre os 25 e os 44 anos sofrem de endometriose; também pode aparecer em adolescentes. Desconhece-se a percentagem exacta de casos porque o diagnóstico habitualmente só pode ser feito mediante uma visualização direta do tecido, geralmente durante uma intervenção cirúrgica. Entre 25 % e 50 % das mulheres estéreis sofrem de endometriose, o que pode impedir a fecundação. Com efeito, a endometriose grave pode provocar infertilidade ao bloquear a passagem do óvulo desde o ovário até ao útero. A endometriose ligeira também pode provocar esterilidade, mas neste caso o mecanismo que a provoca não é claro.

Causas e sintomas :

As causas da endometriose ainda não são conhecidas. As células do revestimento interno do útero deslocam-se de uma forma qualquer para zonas externas ao mesmo e continuam a crescer. Esta deslocação pode, talvez, dever-se ao facto de pequenos fragmentos do revestimento uterino, soltos durante a menstruação, retrocederem para as trompas de Falópio em direcção aos ovários até entrarem na cavidade abdominal, em vez de saírem com o fluxo menstrual através da vagina.

A endometriose provoca dor na parte inferior do abdómen e na zona pélvica, irregularidades menstruais (como manchas antes da menstruação) e infertilidade. Algumas mulheres com endometriose grave não apresentam sintomas, enquanto outras, com uma doença de grau mínimo, sofrem uma dor invalidante. Acontece com frequência a dor menstrual, devido à endometriose, não aparecer até anos depois de a doença se desenvolver. Em alguns casos, sente-se dor durante o coito (dispareunia), antes ou durante a menstruação.
O tecido endometrial aderido ao intestino grosso ou à bexiga pode provocar inchaço abdominal, dor durante a defecação, hemorragia retal durante a menstruação ou dor na parte inferior do abdómen durante a micção. Da mesma forma, quando o tecido se localiza num ovário ou numa estrutura próxima, pode dar lugar à formação de uma massa cheia de sangue (endometrioma). Por vezes, o endometrioma rebenta bruscamente ou algo escapa do seu conteúdo, o que provoca uma dor abdominal aguda e repentina.

Tratamento:
O tratamento depende dos sintomas da doente, da sua vontade de engravidar e da sua idade, bem como da extensão da doença.
Os fármacos que suprimem a atividade dos ovários e retardam o crescimento do tecido endometrial incluem uma combinação de contraceptivos orais, progestagénios, danazol e o antagonista do hormônio libertador de gonadotropinas (GnRH). Os antagonistas da GnRH são substâncias que, ao princípio, estimulam a liberação de gonadotropinas pela hipófise mas que, ao fim de algumas semanas de tratamento, provocam uma anulação dessa liberação. Não está confirmado que, tratando as mulheres que têm endometriose mínima ou ligeira, se melhore em alguma medida a fertilidade. No entanto, nos casos graves, a administração de fármacos ou o recurso a uma intervenção cirúrgica permite obter índices de gravidez entre os 40 % e os 60 %. O tratamento farmacológico não cura a endometriose, já que habitualmente ela reaparece uma vez terminado o mesmo.
Se uma mulher tem endometriose entre moderada e grave, a cirurgia é o tratamento mais eficaz. O médico extrai todo o tecido endometrial possível que se encontra fora da cavidade uterina, mas geralmente preservando a capacidade reprodutora da mulher. Muitas vezes o tecido é extraído durante a laparoscopia que se fez para estabelecer o diagnóstico. Normalmente, recorre-se à cirurgia para extirpar o tecido endometrial com mais de 4,5 cm a 6 cm de diâmetro, quando existem aderências na parte inferior do abdómen ou na pélvis, quando o tecido endometrial obstrui uma ou as duas trompas de Falópio ou então quando há uma dor intensa na parte inferior do abdómen ou na pélvis que não é possível aliviar com a administração de fármacos. Por vezes, usa-se um eletrocautério (um instrumento que emprega corrente eléctrica para produzir calor) ou um laser (um dispositivo que concentra a luz num raio intenso para produzir calor) para destruir o tecido endometrial. No entanto, a extirpação cirúrgica é apenas uma medida temporária, visto que a endometriose volta a desenvolver-se na maioria das mulheres. Uma vez extraído o tecido endometrial, o índice de gravidez oscila entre os 40 % e os 70 %, conforme a gravidade da doença. O tratamento farmacológico melhora estes índices.
Os contraceptivos orais podem retardar o avanço da doença depois do tratamento farmacológico ou da extracção cirúrgica do tecido endometrial. No entanto, só a extracção cirúrgica de ambos os ovários impede a recorrência da endometriose.
A ressecção de ambos os ovários e do útero faz-se somente nas mulheres em que a dor na parte inferior do abdómen ou na pélvis não é aliviada com medicação e que, além disso, não querem ficar grávidas. Depois da extracção dos ovários e do útero começa-se a terapia de substituição de estrogénios, visto que esta cirurgia provoca os mesmos efeitos que a menopausa. Esta terapia começa imediatamente após a cirurgia, mas se ainda ficar uma considerável quantidade de tecido endometrial pode-se esperar e começá-la depois de um período de 4 a 6 meses. Este intervalo permite que o tecido endometrial, que seria estimulado pela terapia substitutiva hormonal, desapareça. Durante o tempo de espera, é possível que seja necessário administrar fármacos supressores da endometriose.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

sistema reprodutor feminino.

Sistema reprodutor feminino

Genitália feminina externa


Denominada vulva, compõem-se pelos grandes lábios, que envolvem duas pregas menores e mais delicadas, os pequenos lábios, que protegem a abertura vaginal. Um pouco a frente da abertura da vagina, abre-se a uretra, independente do sistema reprodutor.
O clitóris é um órgão de grande sensibilidade, com 1 a 2 cm de comprimento, correspondente a glande do pênis. Localiza-se na região anterior a vulva e é constituído de tecido esponjoso, que se intumesce durante a excitação sexual.














Orgãos genitais internos


As paredes anterior e posterior da vagina normalmente tocam-se entre si, para que não fique espaço na vagina, excepto quando se dilata (por exemplo, durante um exame ginecológico ou numa relação sexual). Na mulher adulta, a cavidade vaginal tem um comprimento de 9 cm a 12 cm. O terço inferior da vagina é rodeado de músculos que controlam o seu diâmetro, enquanto os dois terços superiores se unem por cima destes músculos e podem distender-se com facilidade. O cérvix (a boca e o colo do útero) encontra-se na parte superior da vagina. Durante os anos férteis da mulher, o revestimento mucoso da vagina tem um aspecto rugoso, mas antes da puberdade e depois da menopausa (se não se tomarem estrogénios) a mucosa é lisa.
O útero é um órgão com forma de pêra situado na parte superior da vagina, entre a bexiga urinária pela frente e o recto por trás, e é suportado por seis ligamentos. O útero divide-se em duas partes: o colo uterino ou cérvix e o corpo principal (o corpus). O colo uterino, a parte inferior do útero, abre-se dentro da vagina. O útero normalmente está um pouco dobrado para a frente, na zona onde o colo se une ao corpo. Durante os anos férteis, o corpo é duas vezes mais comprido do que o colo uterino. O corpo é um órgão com musculatura abundante que aumenta para alojar o feto. As suas paredes musculares contraem-se durante o parto para empurrar o bebé para fora pelo colo uterino fibroso e pela vagina.
O colo uterino contém um canal que permite a entrada do esperma no útero e a saída da secreção menstrual para o exterior. Excepto durante o período menstrual ou na ovulação, o colo uterino é geralmente uma boa barreira contra as bactérias. O canal do colo uterino é demasiado estreito para que o feto o atravesse durante a gravidez, mas durante o parto dilata-se para que seja possível a saída do feto. Durante um exame pélvico, o médico pode observar a porção de cérvix que sobressai e que entra no extremo superior da vagina. Tal como a vagina, esta parte do colo uterino é revestida pela mucosa, embora esta seja do tipo liso.
O canal do colo uterino é revestido por glândulas que segregam um muco espesso e impenetrável para o esperma, justamente até ao momento em que os ovários libertam um óvulo (ovulação). Durante a ovulação, a consistência do muco altera-se para que o esperma possa atravessá-lo e fertilizar o óvulo. Ao mesmo tempo, o muco que estas glândulas do colo uterino segregam tem a capacidade de manter o esperma vivo durante 2 ou 3 dias. Mais tarde, este esperma pode deslocar-se para cima e, atravessando o corpo do útero, entrar nas trompas de Falópio para fertilizar o óvulo. Em consequência, o coito ocorrido 1 ou 2 dias antes da ovulação, pode acabar numa gravidez. Devido ao facto de algumas mulheres não ovularem de forma regular, a gravidez pode dar-se em momentos diferentes após o último período menstrual.
O revestimento interior do corpo do útero (endométrio) torna-se mais volumoso todos os meses depois do período menstrual (menstruação).
Se a mulher não ficar grávida durante esse ciclo, a maior parte do endométrio solta-se e origina uma hemorragia, que constitui o período menstrual.
Os cílios (prAs trompas de Falópio têm um comprimento de 6 cm a 9 cm, desde as extremidades superiores do útero até aos ovários. A extremidade de cada trompa dilata-se e adopta a forma de funil, formando um orifício com maior diâmetro, para facilitar a queda do óvulo no seu interior, quando este é libertado pelo ovário. Os ovários não estão unidos às trompas de Falópio, mas encontram-se suspensos muito perto delas graças a um ligamento. Os ovários, de cor pérola, têm uma forma oblonga e são um pouco mais pequenos que um ovo cozido.
Os cílios(prolongamentos das células, semelhantes a pêlos que se movem em vaivém) que revestem as trompas de Falópio e os músculos das suas paredes impulsionam o óvulo para baixo através destes tubos. Quando um óvulo encontra um espermatozóide na trompa de Falópio e é fertilizado por este, começa a dividir-se. Durante um período de 4 dias, o minúsculo embrião continua a dividir-se enquanto se desloca lentamente para baixo, pela trompa, até chegar ao útero. O embrião adere à parede uterina, onde se fixa. Este processo denomina-se implantação ou nidação.
Cada feto feminino conta com 6 ou 7 milhões de oócitos (células ovulares em desenvolvimento) às 20 semanas de gestação e nasce com cerca de dois milhões de oócitos. Na puberdade, ficam apenas entre 300 000 e 400 000 para amadurecerem e converterem-se em óvulos. Os milhares de oócitos que não completam o processo de maturação degeneram de forma gradual e, após a menopausa, não fica nenhum.







Glândulas Mamárias


Cada glândula mamária é uma elevação hemisférica coberta de pele localizada superficialmente aos músculos peitorais maiores. Logo abaixo do centro de cada glândula mamária há um mamilo saliente rodeado por uma aréola circular. A aréola apresenta muitas pequenas elevações devidas à presença de numerosas glândulas sebáceas grandes chamadas glândulas areolares. Estas produzem uma secreção serosa com a função de prevenir as rachaduras do mamilo durante a amamentação.
Internamente, a periferia de cada glândula mamária é constituída de tecido adiposo mantido por um estroma conjuntivo. Centralmente, há de 15 a 20 lobos, cada um deles consistindo numa glândula tubuloalveolar composta separada. Cada lobo é drenado por um ducto lactífero, que se abre no mamilo. Logo antes de alcançar o mamilo, cada ducto lactífero expande-se em pequenos reservatórios de leite chamados cada um de seio lactífero.
As glândulas mamárias começam seu desenvolvimento após a puberdade, quando ficam expostas às estimulações cíclicas por estrógeno e progesterona. Aumentam em tamanho durante a gravidez e alcançam seu tamanho máximo durante a amamentação.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

http://www.profissionalizando.org/ensino-fundamental/79-ciencias/2500-sistema-reprodutor-feminino, acesso em 26 de junho de 2009

terça-feira, 16 de junho de 2009

Sistema Reprodutor Feminino

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO


O sistema reprodutor feminino é constituído por dois ovários, duas tubas uterinas (trompas de Falópio), um útero, uma vagina, uma vulva. Ele está localizado no interior da cavidade pélvica. A pelve constitui um marco ósseo forte que realiza uma função protetora.


A vagina é um canal de 8 a 10 cm de comprimento, de paredes elásticas, que liga o colo do útero aos genitais externos. Contém de cada lado de sua abertura, porém internamente, duas glândulas denominadas glândulas de Bartholin, que secretam um muco lubrificante.

A entrada da vagina é protegida por uma membrana circular - o hímen - que fecha parcialmente o orifício vulvo-vaginal e é quase sempre perfurado no centro, podendo ter formas diversas. Geralmente, essa membrana se rompe nas primeiras relações sexuais.
A vagina é o local onde o pênis deposita os espermatozóides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, possibilita a expulsão da menstruação e, na hora do parto, a saída do bebê.
A genitália externa ou vulva é delimitada e protegida por duas pregas cutâneo-mucosas intensamente irrigadas e inervadas - os grandes lábios. Na mulher reprodutivamente madura, os grandes lábios são recobertos por pêlos pubianos. Mais internamente, outra prega cutâneo-mucosa envolve a abertura da vagina - os pequenos lábios - que protegem a abertura da uretra e da vagina. Na vulva também está o clitóris, formado por tecido esponjoso erétil, homólogo ao pênis do homem.











Imagem: Superinteressante coleções O Corpo Humano - Sexo: a Atração Vital
Ovários: são as gônadas femininas. Produzem estrógeno e progesterona, hormônios sexuais femininos que serão vistos mais adiante.







No final do desenvolvimento embrionário de uma menina, ela já tem todas as células que irão transformar-se em gametas nos seus dois ovários. Estas células - os ovócitos primários - encontram-se dentro de estruturas denominadas folículos de Graaf ou folículos ovarianos. A partir da adolescência, sob ação hormonal, os folículos ovarianos começam a crescer e a desenvolver. Os folículos em desenvolvimento secretam o hormônio estrógeno. Mensalmente, apenas um folículo geralmente completa o desenvolvimento e a maturação, rompendo-se e liberando o ovócito secundário (gaemta feminino): fenômeno conhecido como ovulação. Após seu rompimento, a massa celular resultante transforma-se em corpo lúteo ou amarelo, que passa a secretar os hormônios progesterona e estrógeno. Com o tempo, o corpo lúteo regride e converte-se em corpo albicans ou corpo branco, uma pequena cicatriz fibrosa que irá permanecer no ovário.
O gameta feminino liberado na superfície de um dos ovários é recolhido por finas terminações das tubas uterinas - as fímbrias.

Tubas uterinas, ovidutos ou trompas de Falópio
. São dois ductos que unem o ovário ao útero. Seu epitélio de revestimento é formados por células ciliadas. Os batimentos dos cílios microscópicos e os movimentos peristálticos das tubas uterinas impelem o gameta feminino até o útero.

Útero: órgão oco situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto, de parede muscular espessa (miométrio) e com formato de pêra invertida. É revestido internamente por um tecido vascularizado rico em glândulas - o endométrio
Períneo feminino :É a região externa entre a vagina e o ânus.
Mamas e glândulas mamárias:

.As glândulas mamárias produzem o leite que servira de alimento para o recém nascido.

.Também estão presentes nos homens, porém não produzem leite.São formadas externamente pelo mamilo e aréola.

.As glândulas mamárias são formadas por 15 a 20 lobos. É na puberdade, sob a ação dos hormônios que elas começam se desenvolver.

Ciclo Menstrual

Ciclo menstrual é o nome dos processos que ocorrem no sistema reprodutor feminino todo mês em decorrência da ação dos hormônios estrógeno e progesterona.

Fases do ciclo menstrual:







Fase menstrual

A menstruação é a eliminação do tecido endometrial, sangue, secreções e muco do útero, e dura de três a sete dias.
Durante este processo o nível de estrógeno e progesterona é baixo no sangue e permitem que o hipotálamo secrete o fator liberador do FSH (hormônio folículo-estimulante), estimulando a adeno-hipófise a produzir FSH e LH, estimulando o desenvolvimento do folículo primário.

Fase proliferativa

Nesta fase há um aumento na produção de estrógeno e a parede do endométrio começa ficar espessa. O folículo primário amadurece e começa secretar progesterona. Quando a produção de estrógeno chega ao seu máximo, o LH também tem um aumento na sua produção, provocando a ruptura do folículo maduro, ocorrendo a ovulação, próximo ao 14º dia após o início da menstruação.

Essa fase é chamada de proliferativa, pois as células do endométrio se proliferam e recebem vasos sanguíneos.

Fase secretora

Após a ovulação, o folículo que se rompeu sofre algumas transformações, tornando-se amarelado e recebe o nome de corpo lúteo, ou corpo amarelo. Sua função é produzir progesterona e estrógeno. Com o aumento da produção destes hormônios, a produção de LH e FSH cessa.

O endométrio está pronto para receber o embrião e está ricamente vascularizado. Por volta da 4ª semana, o corpo lúteo regride e cessa a produção de hormônios. Se não houver fecundação o endométrio é eliminado através da menstruação, iniciando um novo ciclo menstrual.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS