As hemorragias anormais provenientes do útero são o sintoma inicial mais frequente. A hemorragia pode surgir depois da menopausa, ou então pode ser uma hemorragia recorrente, irregular ou abundante nas mulheres que ainda menstruam. Uma em cada três mulheres com hemorragia uterina depois da menopausa tem este tipo de cancro. Devido ao fato de se poder tratar de um cancro, uma hemorragia anormal pela vagina depois da menopausa exige uma pronta atenção médica.
Para diagnosticar este cancro são usados vários métodos . O teste de Papanicolaou (Pap), que detecta a presença de células cancerosas no colo do útero, pode ser útil, embora possa não reconhecer as referidas células em um em cada três casos, quando se trata de um cancro do útero. Consequentemente, nestes casos os médicos também podem fazer uma biopsia do endométrio ou uma raspagem, através das quais se extrai uma amostra de tecido do revestimento interno do útero para a examinar ao microscópio.
Se os resultados da biopsia ou da raspagem confirmarem a presença de um cancro endometrial, podem ser feitas provas adicionais para saber se se expandiu para além do útero. Os exames seguintes podem proporcionar informação útil e ao mesmo tempo podem ajudar a definir o tratamento mais adequado: a ecografia, a tomografia axial computadorizada (TAC), uma cistoscopia (uma observação da bexiga através de um tubo), o clister com papa de bário, uma radiografia do tórax, uma pielografia endovenosa (uma radiografia que permite ver os rins e os ureteres), uma gamagrafia dos ossos e do fígado, uma sigmoidoscopia (um exame do reto através de um tubo) e uma linfografia (uma radiografia dos vasos linfáticos nos quais se injetou um contraste). Nem todos estes exames são necessários em todos os casos.
Embora o cancro pareça limitado, o médico pode aconselhar a administração de fármacos (quimioterapia) depois da cirurgia para o caso de terem ficado algumas células cancerosas que não tivessem sido detectadas. Geralmente, empregam-se hormônios que interrompem o crescimento do cancro. A administração de progestagénios (a partir da progesterona, um hormônio feminino que bloqueia os efeitos dos estrogénios e, de outras hormônios semelhantes) costuma dar bons resultados.
Se o cancro se tiver expandido para fora do útero, é possível que sejam necessárias doses mais altas de progestagénios, já que reduzem o tamanho do cancro até 40 % nas mulheres com metástases e controlam a sua expansão durante 2 a 3 anos. O tratamento pode continuar indefinidamente se for eficaz. Os efeitos secundários destes fármacos incluem aumento de peso pela retenção de líquidos e, por vezes, depressão.
Se o cancro se tiver expandido ou não responder ao tratamento hormonal, podem ser acrescentados outros fármacos (como a ciclofosfamida, a doxorrubicina e o cisplatino). Estes fármacos, que são muito mais tóxicos do que os progestagénios, têm muitos efeitos secundários. Por isso, antes de escolher um determinado tratamento avaliam-se cuidadosamente os riscos e os benefícios da quimioterapia anticancerosa.
Do total das mulheres afetadas, quase dois terços sobrevivem e não manifestam sinais de cancro 5 anos depois do diagnóstico, menos de um terço morre por causa desta doença e quase uma décima parte sobrevive mais tempo, embora continue a ter o cancro. Se o cancro é descoberto nas suas primeiras fases, quase 90 % das mulheres têm uma esperança de vida de, pelo menos, 5 anos e a maioria cura-se.
O índice de sobrevivência é maior nas mulheres mais jovens, naquelas cujo cancro não ultrapassou o útero e quando o cancro tem um crescimento mais lento.
3. ESTERELIDADE
A esterilidade é a incapacidade de um casal de conseguir uma gravidez depois de repetidas relações sexuais sem tomar medidas de contracepção durante um ano.
A infertilidade afeta um em cada cinco casais em alguns países desenvolvidos. Cada vez é mais frequente, porque os casais contraem matrimónio mais velhos e esperam mais tempo para terem filhos. De qualquer forma, até 60 % dos casais que não conceberam depois de um ano acabarão finalmente por conceber, com ou sem tratamento. O objectivo do tratamento é reduzir o tempo necessário para conceber.
Quanto mais velha for a mulher, menores são as probabilidades de ficar grávida e de a gravidez chegar a bom termo. Depois dos 35 anos, a mulher já não tem muito tempo para resolver os seus problemas de infertilidade antes da menopausa.
As principais causas de infertilidade compreendem problemas com o esperma, com a ovulação, com as trompas de Falópio e com o colo uterino, bem como com outros fatores não identificados. O diagnóstico e o tratamento destes problemas requerem uma revisão média completa de ambos os membros do casal.
4. GRAVIDEZ DE ALTO RISCO
Uma gravidez de alto risco é aquela em que o risco de doença ou de morte, antes ou depois do parto, é maior do que o habitual, tanto para a mãe como para o bebé.
Para identificar uma gravidez de alto risco, examina-se a mulher grávida para determinar se apresenta condições ou características que a exponham, a ela ou ao feto, à possibilidade de adoecer ou morrer durante a gravidez (fatores de risco).
Aos fatores de risco atribui-se uma pontuação que corresponde ao grau de risco. O fato de identificar uma gravidez de alto risco assegura que a mulher que mais precisa de assistência médica a receba efetivamente.
Uma mulher com uma gravidez de alto risco pode ser tratada num centro de cuidados perinatais. Perinatal é um termo que se refere ao que acontece imediatamente antes, durante ou depois do parto. Geralmente, estes centros contam com um serviço obstétrico e uma unidade de cuidados intensivos neonatais para proporcionar o máximo grau de assistência tanto para a mulher grávida como para o feto e para o recém-nascido. O médico costuma enviar a grávida para um centro de cuidados perinatais antes do parto, porque a atenção precoce reduz a probabilidade de que o bebé adoeça ou morra. Estes centros também acolhem qualquer mulher grávida que apresente problemas inesperados durante o parto. A causa mais frequente de ingresso nesses centros é o risco de um parto prematuro (antes das 37 semanas), que é frequentemente associado à rotura prematura das membranas, ou seja, quando se rompem antes de o feto estar pronto para nascer. O tratamento num centro de cuidados perinatais reduz o risco de que o bebé nasça prematuramente.
Em alguns países desenvolvidos, morre uma mulher grávida (mortalidade materna) em 6 de cada 100 000 nascimentos. A principal causa de morte são os acidentes de trânsito ou outras lesões. Em segundo lugar encontram-se os diversos problemas relacionados com a gravidez e com o parto: coágulos de sangue que se soltam e chegam aos pulmões, complicações anestésicas, hemorragias, infecções e complicações provocadas por uma tensão arterial elevada.
A título de exemplo, diremos que o bebé morre antes, durante ou depois do parto (mortalidade perinatal) em 16 de cada 1000 partos nos EUA. Pouco mais de metade destas mortes são abortos e o resto afeta recém-nascidos com até 28 dias. A principal causa destas mortes são as malformações congénitas e a prematuridade.
Alguns fatores de risco estão presentes antes de a mulher engravidar, enquanto outros se desenvolvem durante a gravidez.
FATORES DE RISCO:
Características da mãe:
A idade da mulher está estreitamente relacionada com o risco durante a gravidez. As MENINAS com 15 anos ou menos têm mais probabilidades de desenvolver pré-eclampsia (uma doença caracterizada por uma tensão arterial elevada, proteínas na urina e retenção de líquidos durante a gravidez) e eclampsia (convulsões provocadas pela pré-eclampsia); também têm mais probabilidades de ter filhos de peso reduzido ao nascer ou desnutridos. Por outro lado, as mulheres com 35 anos ou mais têm mais probabilidades de ter a tensão arterial elevada, diabetes ou fibromas (formações não cancerosas) no útero, bem como problemas durante o parto. O risco de ter um bebé com alguma anomalia cromossómica, como a síndroma de Down, aumenta com rapidez a partir dos 35 anos Se uma mulher grávida desta faixa etária estiver preocupada com a possibilidade de o seu feto desenvolver anomalias, pode submeter-se a uma análise das vilosidades coriónicas ou a uma amniocentese para determinar o conteúdo cromossómico do feto.
Uma mulher que pese menos de 45 kg quando não está grávida tem mais probabilidades de ter um bebé de menor tamanho do que o esperado, em relação ao número de semanas de gravidez (pequeno para a sua idade gestacional). Se o seu peso aumentar menos de 5 kg durante a gravidez, o risco de ter um bebé com essas características aumenta em quase 30 %. Pelo contrário, uma mulher obesa tem mais probabilidades de ter um bebé muito grande. A obesidade também aumenta o risco de contrair diabetes e tensão arterial alta durante a gravidez.
Uma mulher com menos de 1,60 m de altura tem mais probabilidades de ter uma pélvis pequena; daí que o risco de ter um parto prematuro e um bebé anormalmente pequeno pelo atraso do crescimento intra-uterino também seja maior que o habitual.
Problemas numa gravidez anterior;
Uma mulher que tenha tido três abortos consecutivos sempre nos primeiros 3 meses de gravidez, tem cerca de 35 % de probabilidades de sofrer outro. O aborto também é mais provável se a mulher tiver tido um feto morto entre o quarto e o oitavo mês de gravidez ou se tiver tido um parto prematuro numa gravidez anterior.
Antes de tentar engravidar de novo, é aconselhável que a mulher que tenha tido um aborto se submeta a um teste de detecção de anomalias cromossómicas ou hormonais, defeitos estruturais no útero ou no colo uterino, doenças do tecido conjuntivo, como o lúpus ou uma reação imune ao feto, geralmente por incompatibilidade do Rh. Se for descoberta a causa do aborto, é possível que esta possa ser tratada de forma adequada.
O fato de um feto nascer morto ou de um bebé recém-nascido morrer é associado a anomalias cromossómicas no feto, à diabetes, a alguma doença renal (crónica) ou dos vasos sanguíneos, à hipertensão arterial, à toxicodependência ou a uma doença do tecido conjuntivo, como o lúpus na mãe.
Por outro lado, quanto maior for o número de partos prematuros, maior é o risco de os repetir nas gravidezes seguintes. Uma mulher que tenha tido um recém-nascido com um peso inferior a 1,5 kg, tem 50 % de probabilidades de o seu próximo filho nascer antes de termo. Se um recém-nascido sofreu atraso do crescimento intra-uterino, é provável que isso se repita no seguinte. Nestes casos, investiga-se na busca da presença de doenças que possam atrasar o crescimento fetal, como a hipertensão arterial, afecções renais, aumento de peso inadequado, infecção, tabagismo e abuso do álcool.
Um recém-nascido que pese mais de 4,5 kg ao nascer indica que a mãe pode sofrer de diabetes.
A mulher que tenha tido seis ou mais gravidezes tem maiores probabilidades de ter leves contrações durante o parto e hemorragias depois do mesmo, devido ao debilitamento dos seus músculos uterinos. Também pode ter um parto rápido, que aumenta o risco de sofrer uma hemorragia vaginal abundante. Além disso, há muito mais probabilidades de ter uma placenta prévia (uma placenta anormalmente localizada na parte inferior do útero). Este problema pode provocar hemorragia e, como a placenta pode bloquear o colo uterino, geralmente deve-se fazer uma cesariana.
Alterações estruturais:
As anomalias nos órgãos reprodutores femininos, como o útero bicorne ou um colo uterino débil que não consiga sustentar o feto em desenvolvimento (colo incompetente), aumentam o risco de aborto. Como consequência, pode ser necessário fazer intervenções cirúrgicas, ecografias ou radiografias para detectar estas alterações. Se uma mulher tiver tido vários abortos, estes testes são feitos antes de voltar a ficar grávida.
Os fibromas (formações não cancerosas) no útero, que são mais frequentes em mulheres mais velhas, podem aumentar o risco de um parto prematuro, a incidência de problemas durante o parto, uma apresentação anormal do feto, uma localização anormal da placenta (placenta prévia) e abortos repetidos.
Problemas médicos:
Certas condições médicas numa mulher gestante podem pô-la em perigo e ao feto. As mais importantes são a hipertensão arterial crónica, doenças renais, diabetes, cardiopatias graves, doença tiróidea, lúpus eritematoso sistémico (lúpus) e perturbações da coagulação sanguínea.
História familiar:
Uma história de atraso mental ou outras doenças hereditárias na família da mãe ou do pai aumenta a probabilidade de o recém-nascido vir a ter essa doença. A tendência para ter gémeos também se verifica no seio de uma mesma família.
Se uma mulher já tiver tido um filho com uma doença hemolítica
Uma mulher que tenha tido uma pré-eclampsia ou eclampsia tem probabilidades de tornar a tê-la, sobretudo se sofrer de hipertensão quando não está grávida.
Se uma mulher tiver tido um bebé com problemas genéticos ou malformações, fazem-se normalmente análises genéticas ao bebé (embora tenha nascido morto) e a ambos os pais antes doutra gravidez. No caso de a mulher engravidar de novo, fazem-se exames como ecografias, colheita de amostras de vilosidades coriónicas e amniocentese para ajudar a determinar as probabilidades de as anomalias se repetirem.
5. COMPLICAÇÕES DA GRAVIDEZ
Geralmente, as gravidezes decorrem sem problemas e a maioria das complicações podem ser tratadas. As complicações incluem abortos, gravidez ectópica, anemia, incompatibilidade de Rh, problemas com a placenta, vómitos, pré-eclampsia e eclampsia e erupções cutâneas, bem como parto prematuro e rotura de membranas. Depois de um aborto, a maioria das mulheres consegue ter gravidezes sem complicações.
ABORTO E FETO MORTO
Um aborto (espontâneo) é a perda de um feto por causas naturais antes das 20 semanas de gravidez. Por outro lado, denomina-se feto morto à perda do mesmo por causas naturais depois das 20 semanas de gravidez.
O termo «aborto» refere-se tanto a um aborto espontâneo como a uma interrupção clínica da gravidez (aborto provocado).
Um bebé que respira espontaneamente ou que tem batimentos cardíacos depois do parto é um recém-nascido vivo, seja qual for o momento da gravidez. Se falecer pouco depois, a sua morte denomina-se morte do recém-nascido (neonatal).
Entre 20 % e 30 % das mulheres grávidas têm hemorragias ou contrações pelo menos uma vez durante as primeiras 20 semanas de gravidez. Cerca de metade desses episódios acaba num aborto espontâneo.
Cerca de 85 % dos abortos espontâneos ocorrem durante as primeiras 12 semanas de gravidez e, em geral, devem-se a anomalias no feto. Os restantes 15 % de abortos ocorrem durante as 13.ª e 20.ª semanas; cerca de dois terços devem-se a problemas da mãe e um terço, a causas desconhecidas. Muitos estudos têm demonstrado que as perturbações emocionais da mãe não estão relacionadas com os abortos espontâneos.
Sintomas e diagnóstico:
Antes de um aborto, a mulher sofre, normalmente, perdas de sangue pouco abundantes ou tem uma hemorragia mais evidente juntamente com a secreção vaginal. O útero contrai-se e a mulher sente uma dor semelhante às cãibras. Se o aborto continuar, a hemorragia, a secreção e as dores aumentam. No fim, parte ou a totalidade do conteúdo do útero pode ser expulso.
Nas primeiras fases de um aborto, a ecografia pode determinar se o feto continua com vida. Depois da perda do feto, este exame e outros podem ser utilizados para confirmar se a expulsão do conteúdo do útero foi completa.
Tratamento:
Se todo o conteúdo do útero tiver sido expulso (aborto completo), não é necessário fazer nenhum tratamento. Pelo contrário, se só for expulsa uma parte (aborto incompleto), deve ser feita uma dilatação e sucção para esvaziar o útero.
Se o feto morrer mas continuar no útero (aborto frustrado), o feto e a placenta devem ser extraídos, normalmente por dilatação e sucção. Um fármaco como a oxitocina, que faz com que o útero se contraia e expulse o seu conteúdo, pode ser administrado para tratar os abortos frustrados tardios.
Se ocorrerem uma hemorragia e contrações dolorosas durante as primeiras 20 semanas de gravidez (ameaça de aborto), aconselha-se repouso, porque costuma melhorar os sintomas. Na medida do possível, a mulher não deverá trabalhar nem andar a pé em casa. O coito deverá ser evitado, apesar de não se ter verificado uma clara relação com os abortos espontâneos. Não são administradas hormônios porque quase nunca são eficazes e podem provocar deficiências congénitas, sobretudo do coração ou dos órgãos reprodutores. Por exemplo, a exposição, nesta fase de desenvolvimento, de um feto feminino ao dietilestrilbestrol (DES), um hormônio sintético, está associado a cancro vaginal.
A ameaça de aborto pode dever-se ao fato de o colo uterino se dilatar prematuramente devido a debilidade do tecido fibroso. Por vezes, a abertura cervical fecha-se cirurgicamente (cerclage) com uma sutura que se retira mesmo antes do parto.
Um aborto séptico é uma infecção muito grave. O conteúdo do útero deve ser eliminado de imediato e é necessário tratar a infecção com doses elevadas de antibióticos.
7. DOENÇAS QUE PODEM COMPLICAR A GRAVIDEZ
As doenças que afetam o coração ou os rins, as anemias, as infecções e a diabetes podem provocar complicações durante a gravidez, tanto para a mulher como para o feto.
8. COMPLICAÇÕES DO PARTO
Pela sua própria natureza, o parto e nascimento provocam nervosismo e ansiedade, mesmo que não surjam problemas. Uma mulher grávida pode reduzir a sua ansiedade e melhorar as probabilidades de ter um final de gravidez adequado, estabelecendo uma boa relação com o seu médico ou com a parteira.
Os principais problemas do parto têm a ver com o tempo e com a ordem que cada fase requer. O parto pode não começar quando as membranas que contêm o feto se rompem (rompimento prematuro das membranas) ou então pode começar antes da 37.ª semana de gravidez (parto pré-termo) ou mais de duas semanas depois da data prevista para o parto (gravidez pós-termo). Também podem ser problemas acrescidos as afecções clínicas da mãe ou do feto, um desenvolvimento lento do parto ou uma posição anormal do feto. Outros sinais de perigo incluem uma excessiva hemorragia vaginal e uma frequência cardíaca anormal do feto. Os problemas graves são relativamente raros e, muitas vezes, podem ser previstos, mas alguns podem surgir inesperada e repentinamente. Devem, de preferência, ser detectados com antecedência para se poder aplicar o tratamento mais apropriado e assim garantir um final feliz.
RONPIMENTO PREMATURO DAS MEMBRANAS:
Denomina-se rompimento prematuro das membranas o rompimento, uma hora ou mais antes do início do parto, das membranas cheias de líquido que contêm o feto.
O rompimento das membranas, prematuro ou não, denomina-se habitualmente «rebentar a bolsa de águas». O líquido que se encontra dentro das membranas (líquido amniótico) sai pela vagina.
No passado, se as membranas se rompessem de forma prematura, fazia-se todo o possível para provocar o parto a fim de evitar as infecções, que podiam afetar a mãe ou o feto. No entanto, isto já não é necessário porque o risco de infecção reduz-se diminuindo a quantidade de exames ginecológicos depois de rebentarem as águas. Num único exame com um espéculo (um instrumento que separa as paredes da vagina), pode ser confirmado o rebentar das membranas, calcular a dilatação do colo uterino e recolher líquido amniótico da vagina. Se a análise do líquido amniótico indicar que os pulmões do feto estão suficientemente desenvolvidos, provoca-se o parto. Se os pulmões do feto não estiverem desenvolvidos, tenta-se atrasar o parto até que tal se verifique.
Recomenda-se repouso absoluto e são administrados líquidos por via endovenosa para atrasar a expulsão em 50 % das mulheres, mas algumas também precisam de tomar fármacos que inibam as contrações uterinas, como o sulfato de magnésio administrado por via endovenosa, a terbutalina aplicada em injeção subcutânea ou por via oral ou, em casos raros, a ritodrina por via endovenosa. A mulher é hospitalizada e permanece na cama, mas pode levantar-se para ir ao quarto de banho. Controla-se a sua temperatura e pulso pelo menos duas vezes por dia, pois um aumento na temperatura ou na frequência cardíaca pode ser um primeiro sinal de infecção. Se surgir uma infecção, provoca-se o parto para que o bebé nasça. Se o líquido amniótico deixar de sair e as contrações pararem, dá-se alta à paciente, mas deve permanecer na cama e deve ser visitada pelo menos uma vez por semana.
9. PERÍODO PÓS-PARTO
Depois do parto, analisa-se o estado da mãe e, se for necessário, recebe tratamento para aliviar a dor. É também informada acerca das alterações que o seu organismo sofrerá, incluindo as relacionadas com a lactação e com o tipo de contraceptivos que pode usar no período pós-parto. Antes de sair do hospital é-lhe feita uma revisão, que se repete 6 semanas mais tarde. Também são tomadas medidas para evitar e tratar as complicações que sejam pouco frequentes. As complicações mais frequentes são as hemorragias excessivas, as infecções das vias urinárias e os problemas com a lactação.